A Escola Politécnica do Espírito Santo e o Centro Tecnológico da Ufes
O Prof. Dido Fontes frente ao prédio da Escola Politécnica em Maruípe
A história do Centro Tecnológico da Ufes começou com a criação da Escola Politécnica do Espírito Santo. A Escola Politécnica do Espírito Santo (EPES) foi criada pela Lei nº 520, sancionada pelo Governador Jones dos Santos Neves em 6 de Setembro de 1951. A EPES começou a funcionar provisoriamente no Colégio Estadual do Espírito Santo enquanto era construída sua sede no Bairro Maruípe, em Vitória. Nessa época ela era mantida pelo Governo do Estado e o ensino era totalmente gratuito, isento de quaisquer tipos de taxas ou mensalidades.
Em 1953, a EPES passou a funcionar em sua sede própria em Maruípe, onde permaneceu até 1975, quando mudou para o Campus Universitário "Alaor Queiroz de Araújo", em Goiabeiras. Com a Reforma Universitária de 1971, as antigas faculdades e escolas foram extintas, surgindo em seu lugar a estrutura de centros de ensino com seus respectivos departamentos. Em 3 de Junho de 1971 a Escola Politécnica foi transformada no Centro Tecnológico da Ufes.
Dido Fontes de Faria Brito foi o primeiro diretor da Escola Politécnica do Espírito Santo e assumiu suas funções em 11 de janeiro de 1952. Permaneceu no cargo até 1963. O nome da Escola Politécnica por uma razão germinal associou-se ao nome de Dido Fontes. Quando Máximo Borgo Filho recebeu seu diploma das mãos do diretor, em 1959, provavelmente não imaginava que em breve começaria um relação muito próxima com esse mestre, essa instituição e que viria a substituí-lo na direção da Escola. Em seu discurso de posse, Máximo Borgo Filho, terceiro diretor da EPES, dizia: “Queremos nesse momento, render nossas homenagens ao Dr. Dido Fontes que em 1952, com os parcos recursos estaduais, disponíveis na época, implantou a construção desta Escola”.
Dido Fontes acompanhava o desenvolvimento da escola de perto, procurava e selecionava docentes, encarregava-se das obras e compras de equipamentos, ministrava a disciplina de Geologia, acompanhava os alunos nas aulas práticas, enfim, era a força motriz da instituição. Segundo o depoimento de seu filho, Donaldo Delfim Fontes de Faria Brito, o cargo de diretor não o isentava de ministrar aulas. Ele precisou estudar muito para assumir o cargo de professor de Geologia. O nome do engenheiro civil Dido Fontes de Faria Brito consta no livro do Mérito do CONFEA, a partir de 1997 pelos serviços prestados no ensino da engenharia no Espírito Santo. Os estudantes de engenharia prestaram uma homenagem ao primeiro diretor conferindo seu nome ao Diretório Acadêmico, que passou a denominar-se Diretório Acadêmico Dido Fontes a partir do segundo semestre de 1957.
Em 3 de junho de 1971, reuniu-se a congregação da Escola Politécnica em sessão extraordinária para deliberar sobre a transformação da Escola Politécnica em Centro Tecnológico da UFES. De acordo com o ART. 1º do Decreto nº 63.577/68, que fixou a nova estrutura da UFES e com o Art. 159, do novo estatuto da UFES, aprovado pelo Decreto nº 66.598/70 foi decidido “adotar a denominação Centro Tecnológico” em lugar de Escola Politécnica. O assunto foi posto em discussão e foi deliberado homologar aquela decisão do Conselho. Sem polêmicas, sem restrições, sem controvérsias, a antiga Escola Politécnica saiu de cena para dar lugar ao Centro Tecnológico.
Estrutura física do Centro Tecnológico - Hoje
A criação do Centro Tecnológico trouxe um novo modelo de estrutura acadêmica e funcionamento. A implantação da Reforma Universitária, iniciada em outubro de 1971, transformou a Escola Politécnica em Centro Tecnológico, estruturando a Ufes em departamentos e acarretando uma concentração das áreas de conhecimento. Os professores foram então lotados em departamentos, atuando em uma ou mais modalidades da engenharia. Em 1972, o Conselho Universitário decidiu que o Centro Tecnológico seria composto por cinco departamentos: "Estruturas e Edificações", "Hidráulica e Saneamento", "Transportes", "Engenharia Mecânica e Elétrica" e "Engenharia Industrial".
O Centro Tecnológico da UFES tem se empenhado em tornar-se, com maior ênfase a partir do incremento das atividades de pesquisa e ensino de graduação e de pós-graduação, uma instância produtora de saber científico e tecnológico, no sentido de participar efetivamente do processo de desenvolvimento estadual e nacional. Inserido, como não poderia deixar de ser, no contexto da realidade brasileira, o CT/UFES tem que considerar, no planejamento de suas ações, os limites impostos por essa condição, tendo em vista a busca da superação desses entraves. Daí a preocupação com o futuro da instituição, tanto no sentido de garantir, como de expandir a qualidade alcançada.
A instituição começou em 1951, numa época de manifestações nacionalistas, sobreviveu durante um período de ditadura militar, viu ressurgir uma democracia e chegou aos nossos dias, com uma certa estabilidade, mas sempre crescendo e expandindo seus domínios. Entre os atuais docentes encontram-se muitos egressos da casa, que retornaram a sua instituição de origem e procuram contribuir para que o conhecimento continue a ser transmitido e novos conhecimentos sejam gerados. A instituição que germinalmente estava ligada ao nome de Dido Fontes de Faria Brito cresceu exponencialmente e hoje pertence a todos que estão ajudando a preservá-la e fazê-la crescer para não apenas formar novos profissionais na área tecnológica mas, também para atender as demandas da sociedade. No seu entorno, a instituição viu o crescimento de grandes empresas e tornou-se no mesmo período uma autêntica agência de desenvolvimento, e construiu ao longo de sua trajetória uma ampla legitimidade social. Esse desenvolvimento todo afetou a vida acadêmica, que não assistiu passivamente o desenrolar dessas atividades, mas com seus egressos contribuiu para essa realidade.